“Coaching é uma relação de parceria que revela, liberta o potencial das pessoas de forma a maximizar o desempenho delas. É ajudá-las a aprender ao invés de ensinar algo a elas...” (Timothy Gallwey)
“O Coaching é uma experiência de aprendizagem e transformação baseada no despertar de consciência, dos seus recursos e possibilidades de resposta. É um processo para a conquista de alta performance, é processo de facilitar o desempenho, a aprendizagem e o desenvolvimento da pessoa para que esta alcance os resultados que almeja.” (Rosa Krauz)
“Coaching é desbloquear o potencial das pessoas para maximizar seu próprio desempenho. É ajudá-las a aprender em vez de ensinar a elas” (John Whitmore)
Eu gosto de dizer que Coaching é um processo orientado ao futuro. Um processo no qual o Cliente (ou Coachee) aumenta sua autoconsciência e sua autoconfiança. Expandindo seu olhar sobre si mesmo, o Coachee passa a ver dentro de si um universo de possibilidades e, consequentemente, de novas escolhas. Com maior autoconsciência o alinhamento entre seu Pensar-Sentir-Querer acontece e o resultado disso é movimento em direção ao que deseja.
Para mim, todo o processo de Coaching parte de um encontro e baseia-se fundamentalmente no diálogo, na relação. Coach e Coachee devem estar presentes nesta relação para que dela brotem, através do encontro, as nossas próprias realizações existenciais. Desta forma, as transformações vão acontecer tanto no Coachee como no Coach. Trata-se de um processo de duas mãos.
Esse processo começa com a busca do próprio Coachee por esta transformação. O atendimento à necessidade interna desta busca é o que define a existência do processo de Coaching. Sem o comprometimento com a transformação interior todo o processo pode malograr.
O papel do Coach é estimular o empoderamento, convidar o Coachee a revisitar seus padrões de pensamento e comportamento, toda vez que o Coachee assim o desejar.
O Coach não trará soluções e nem apresentará alternativas, ele irá instigar a reflexão do Coachee ao longo de um processo de descobertas e aprendizado que o levará em direção dos resultados que ele próprio se propôs a alcançar
Sempre que falamos do que é Coaching é importante também falarmos do que não é Coaching. Segundo um recente estudo conduzido pela ICF (International Coaching Federation[1]) sobre a conscientização do consumidor com mais de 30 mil participantes em mais de 30 países (incluindo o Brasil), ficou constatado que, apesar do conceito do Coaching ter ganhado mais abrangência de conscientização (70% dos respondentes dizem que conhecem bem ou relativamente bem o conceito), ainda há uma confusão muito grande entre o que é Coaching e o que não é Coaching (apenas 25% deles tinham uma definição clara do que é realmente o Coaching).
Então, o que não é Coaching?
Antes de mais nada, é importante deixar claro que cada uma das abordagens que vou comentar abaixo é válida e tem um propósito diferente, dependem de uma formação ou experiência específica e, muitas vezes, durante um processo de Coaching podem ser utilizadas em paralelo. O objetivo aqui é apenas de explicar as diferenças entre elas e o processo de Coaching e não definir exaustivamente cada uma delas.
COACHING NÃO É TERAPIA
A terapia trabalha nas experiências e sentimentos relacionados a eventos passados para tratar transtornos emocionais e comportamentais e tem um objetivo curativo. O Coaching foca no futuro. Muitas vezes Coaching e terapia podem funcionar em complementariedade.
COACHING NÃO É CONSULTORIA
O consultor é um especialista com conhecimento e experiência em um determinado assunto e baseado nisso dá recomendações práticas e propõe soluções sobre o que deve ser feito para atingir um determinado objetivo. O Coaching provoca reflexões no Coachee que descobre suas próprias soluções.
COACHING NÃO É MENTORING
O Mentoring pressupõe que o profissional, o Mentor, seja mais experiente e capacitado que o Mentorado no seu ambiente organizacional ou profissional. Funciona como numa relação mestre e aprendiz. O Mentor traz sua experiência como resposta. No Coaching a resposta está sempre dentro do Coachee.
COACHING NÃO É ACONSELHAMENTO
O aconselhamento pressupõe que exista uma relação de confiança ou respeito da parte do aconselhado. O Conselheiro opina, dá instruções, diz o que faria no lugar do aconselhado e busca resolver o problema. Ouve a proposta e dá opinião. No Coaching a construção da opinião e da proposta é do próprio Coachee.
COACHING NÃO É AULA
Numa aula um professor ensina determinada teoria para um aluno. O aluno ouve e aplica o que aprendeu quando necessário. O professor tem um conhecimento que o aluno não tem. No Coaching parte-se do pressuposto básico que o Coachee tem todos os recursos necessários para responder suas perguntas e a sua relação com o Coach é de igualdade.
COACHING NÃO É TREINAMENTO
Um treinamento tem por objetivo transferir uma técnica, uma informação específica de forma rápida. No Coaching, o Coachee é quem detém todo o conhecimento e o Coach é um facilitador para que o Coachee descubra o potencial existente nele mesmo.
COACHING NÃO É SOMENTE APLICAR UM MÉTODO
O Coaching não é apenas aplicar testes de personalidade, preencher formulários de tarefas e seguir um pacote fechado de regras e procedimentos. Durante o processo todos estes itens podem ser utilizados, mas não são o fator determinante deste processo. No Coaching é essencial que se estabeleça o diálogo, em seu mais puro conceito filosófico.
Coaching: uma parceria
Não posso deixar de compartilhar a definição de Coaching dada pela ICF (International Coaching Federation) e que orienta nossa atuação como Coaches da Eight Diálogos Transformadores: “Coaching é uma parceria com clientes em um processo criativo que os instiga a reflexão e as inspira a maximizar o seu potencial pessoal e profissional”.
Ou seja, Coaching é parceria. E numa parceria as pessoas se reúnem em torno de um objetivo em comum com acordos mutuamente benéficos e responsabilidades partilhadas.
Trata-se de um caminho construído juntos, Coach e Coachee. Durante o caminho podem existir necessidades específicas onde o Coach pode até compartilhar recursos de aprendizagem, mas é sempre o Coachee quem escolhe o que faz sentido ou não para ele. Segundo Jenny Rogers[2], Coaching é uma “parceria de iguais” e atrás dessa definição há um princípio dominante: o princípio da escolha; a premissa de que nós sempre podemos escolher como vamos responder a qualquer situação na nossa vida.
Eu acredito que parcerias são as melhores formas de relacionamento. E você, já pensou nisso?
“... não tenho ensinamentos a transmitir. Apenas aponto algo, indico algo na realidade, algo não visto ou escassamente avistado. Tomo quem me ouve pela mão e o encaminho à janela. Escancaro-a e aponto para fora. Não tenho ensinamento algum, mas conduzo um diálogo” (Martin Buber, 1961).
Christine Bona é PCC (Professional Certified Coach), membro da Eight, formadora de Facilitadores em Codesenvolvimento e Co-fundadora da Rede Codesenvolvimento Brasil. Buscando sempre o novo para apoiar pessoas na descoberta e construção do caminho em direção ao seu propósito. Acredita que parcerias são as melhores formas de relacionamento.
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